Cidades

Censo aponta aumento da população em situação de rua em Goiânia

O 2º Censo da População em Situação de Rua mostrou que em Goiânia existem 353 moradores de rua, que são aquelas pessoas que fazem da rua o seu lar. Houve um pequeno aumento em relação ao censo anterior, realizado em 2015, quando foram contados 351 moradores de rua. O Censo foi feito pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA), e contou com parceiros, como as Polícias Civil e Militar.

Também foi traçado um perfil dos moradores de rua. Homens são a maioria, 81% são adultos, 7.1% idosos e 3.1% crianças. Com relação à cor, 75.4% são negros, 19.3% brancos, 4,5% indígenas e 0.006% amarelos e asiáticos. Quanto ao motivo que os levaram às ruas, 34.2% alegaram problemas familiares, 16.6% crise financeira, 11.2% envolvimento com drogas e 5.9% disseram que foi uma decisão de vida. Quanto à escolaridade, 9.1% são analfabetos, 5.3% sabem ler e escrever, e o maior grupo: 43,9% têm o ensino fundamental incompleto. O restante completou o ensino fundamental, iniciou ou completou o ensino médio. Apenas 1 tem ensino superior.

Discordância

Dênis Oliveira, um dos coordenadores estadual do Movimento Nacional Da População Em Situação De Rua participou do evento de divulgação do censo e discordou da forma com foi feito. “Não se pode fazer o levantamento em apenas um dia. Seriam necessários, 4, 5 dias para tem um dado mais confiável. Alguns locais como a Avenida T-63 e o Setor Pedro Ludovico sequer foram visitados”. Sobre esse questionamento, a UFG alegou que seguiu critérios confiáveis que já foram aplicados em outros levantamentos parecidos e que a decisão de da contagem ser feita num único dia é justamente para não entrevistar uma mesma pessoa duas ou mais vezes.

Pessoas que trabalham nas ruas

Em 2015, foi feito um Censo dos moradores de rua. Desta vez, a pesquisa incluiu aqueles que trabalham e vivem nas ruas, mas têm casa onde moram. São 435 pessoas, como aquelas que trabalham nos sinaleiros vendendo mercadorias ou fazendo malabarismo e guardadores de veículos, os chamados flanelinhas.

Próximo passo

A pesquisa não para por aqui. A UFG vai aprofundar o levantamento sobre pessoas em situação de rua em Goiânia, agora tentando traçar um perfil mais detalhado. O resultado deve ser divulgado até a metade do ano que vem. “Queremos saber de onde vieram, como foram parar nessa situação, como vivem nas ruas, informações que a pesquisa quantitativa não traz”, diz Nágela Franco, pesquisadora da UFG que participou do Censo.

Escolha da data para divulgação do Censo

A divulgação dos dados ocorreu no Dia Internacional dos Direitos Humanos. Nessa data, há 71 anos, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com objetivo de promover a paz após um dos períodos mais críticos da História: a 2ª Grande Guerra Mundial.

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