Política

Bolsonaro tem 30 dias para mostrar resultados de exames de coronavírus à Câmara

A Presidência da República tem 30 dias para apresentar os resultados dos exames para Covid-19 feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de modo a comprovar se o chefe do Executivo nacional foi ou não infectado pelo novo coronavírus.

Isso porque a Mesa Diretora da Casa aceitou requerimento feito pelo deputado federal Rogério Correia, do PT de Minas Gerais, e enviou a solicitação para a Secretaria-Geral da Presidência.

Caso a Presidência não responda ao pedido, desobedecerá o artigo 50 da Constituição, que prevê crime de responsabilidade para autoridades do Executivo que não prestarem informações solicitadas pela Câmara ou Senado.

O presidente fez dois exames para coronavírus em março depois de retornar de uma viagem aos Estados Unidos. Após o compromisso no exterior, mais de 20 integrantes da comitiva presidencial retornaram infectados com a Covid-19. Bolsonaro disse que o teste deu negativo, mas se recusou a apresentar o documento.

No dia 20 de março, logo após retornar da viagem aos EUA e realizar os exames, que testaram negativo para Covid-19, Bolsonaro disse que não seria uma “gripezinha” que iria derrubá-lo, e relembrou o episódio da facada que sofreu durante passeata em Juiz de Fora-MG, quando ainda era candidato à presidência da República.

“Depois da facada, não vai ser uma ‘gripezinha’ que vai me derrubar, não, tá ok? Se o médico ou o Ministério da Saúde me recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes”, afirmou.

O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta disse à época que os exames são confidenciais e que não deveriam ser de conhecimento público. “Os exames do paciente são do paciente. O seu exame, o seu prontuário, os exames que você faz são da sua intimidade. A gente não faz divulgação do exame nem seu, nem meu, nem de ninguém”, afirmou o ministro.

De lá para cá, na contramão do que preza o Ministério da Saúde, Bolsonaro tem defendido o isolamento social apenas para integrantes dos grupos de risco do coronavírus, como idosos e pessoas com doenças crônicas, e realizou visitas a supermercados e padarias cumprimentando a população e tirando fotos com simpatizantes, causando aglomerações e risco de contaminação.

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