Saúde
Saúde combate tabagismo com educação e medicamento
Doenças ligadas ao tabaco provocaram mais de 112 mil internações, a um custo total de R$ 136,8 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), em Goiás no período de 2008 a 2018. O leque de enfermidades, que inclui câncer, arterosclerose, acidente vascular cerebral (AVC) e síndromes correlatas, não costuma dar muita chance para o paciente deixar o tabagismo e as tristes estatísticas – a mais recente, de 2015, mostra que o tabagismo foi responsável por 156,2 mil mortes no País.
Atento a essa epidemia, o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), criou em 1989 o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). Três anos depois, a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) criou uma coordenação ligada ao programa, para atuar, sobretudo, na prevenção educativa.
“A maioria dos fumantes começa a fumar muito cedo, por volta dos 9 anos, e nosso papel principal é atuar nas escolas, no dia a dia com alunos e professores”, confirma Selma Tavares, coordenadora de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis da SES-GO. Uma das atividades da coordenação está em curso, nesta quarta, dia 8, e na quinta-feira, dia 9. Trata-se do curso Abordagem Intensiva do Fumante (leia mais no LINK), na Escola de Saúde Pública Cândido Santiago da Secretaria de Saúde de Goiás.
Esse tipo de capacitação dos profissionais da atenção básica dos municípios é fundamental para ajudar o usuário a ser livrar do cigarro. Já nas empresas, o trabalho tem como objetivo tornar o ambiente 100% livre do tabaco e também informar sobre como buscar tratamentos gratuitos, para quem tiver interesse.
Em 141 municípios
Esse tratamento, hoje disponível em 141 municípios goianos, inclui abordagens comportamentais, com apoio de psicólogos, e também de medicamentos, como adesivos para a pele, na terapia de nicotina, e antidepressivo (bupropiona). “Nossa meta é oferecer esse serviço para todos os 246 municípios”, adianta Selma.
Para ilustrar, a coordenadora lembra que 3.685 pessoas procuraram tratamento nas unidades básicas de saúde dos municípios goianos, de setembro a dezembro de 2017. Desse total, 98 eram menores de 18 anos; 696 tinham 60 anos ou mais. Em 2016, o número de atendimentos em todo o País chegou a 902 mil.