Segurança
Polícia investiga se mortes de cinco ex-pacientes do Ingoh têm relação com suposto esquema que desviou R$ 50 milhões do Ipasgo
A Polícia Civil de Goiás investiga se as mortes de cinco ex-pacientes que faziam tratamento contra câncer no Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh) têm relação com o suposto esquema de auditorias médicas fraudadas junto com o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo). Segundo a investigação, novos dados revelam o uso de um medicamento proibido e com alerta de falsificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A operação batizada de Metástase indica que o Ingoh e o Ipasgo fraudaram auditorias médicas que desviaram cerca de R$ 50 milhões do plano de saúde. O faturamento do Ingoh, segundo a denúncia, cresceu quatro vezes entre 2013 e 2018, com salto de recebimentos anuais do Ipasgo de R$ 30 milhões para R$ 120 milhões.
Em março de 2018, a Anvisa proibiu o comércio de 11 lotes do medicamento Sutent (189EE), que é usado no tratamento de câncer, após detectar que os remédios eram falsificados. Conforme a investigação, uma caixa desse lote foi comprada pelo Ingoh e usada no tratamento do ex-paciente Oseas da Silveira Camacho, em novembro de 2017. Oseas morreu em 2018 com 64 anos de idade.
De acordo com o Ingoh, assim que foi comunicado pela Anvisa sobre a proibição de comércio do medicamento, os dados sobre compra e uso do remédio foram enviados à agência e o paciente Oseas Silveira, à época, foi informado sobre o remédio falsificado, além de ter sido registrado um boletim de ocorrência na Polícia Civil. A medicação do ex-paciente foi trocada, de acordo com o Ingoh, e o idoso continuou o tratamento por mais um ano.