Segurança

Policia Civil GO apura esquema de corrupção na Prefeitura de Trindade

A Polícia Civil de Goiás cumpriu, nesta quarta-feira (30/06), 40 mandados de busca e apreensão durante a Operação Tionibus, que apura suposto esquema de corrupção envolvendo a Prefeitura de Trindade. As diligências foram realizadas no município alvo, além das cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Iporá. Ao todo, foram apreendidos R$ 150 mil em espécie, três armas de fogo, documentos e eletrônicos. Duas pessoas foram presas em flagrante, por posse irregular de armas.

Segundo a investigação da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Dercap), o esquema teve início em 2018 e consistia na fraude de processos licitatórios e nos respectivos contratos firmados pela Prefeitura de Trindade, para contratação de tendas, combustíveis e frota veicular para o município. Segundo o delegado adjunto da especializada, João Carlos de Freitas Junior, os crimes trouxeram prejuízo estimado em R$ 30 milhões aos cofres públicos.

“Simulava-se a prática de uma concorrência que nunca existiu para direcionar as licitações a determinadas empresas. Uma pessoa, um grupo familiar, era dono de vários postos e esses postos concorriam entre si nas supostas licitações, fraudando, assim, a concorrência, que não havia. Um dos princípios da lei de licitações é a concorrência e era justamente o que eles fraudavam, já que eles eram donos do grupo econômico que administrava o posto”, explicou.

Entre os suspeitos investigados, estão empresários e servidores públicos. De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública (SSP-GO), Rodney Miranda, a situação eleva a suspeita da existência de um grupo criminoso que agia na administração municipal. “É o mesmo grupo político, está claro isso com a presença dos secretários, as mesmas pastas da gestão anterior, a mesma rotina de atuação. Então há um indício forte de que a conduta criminosa esteja se repetindo na gestão atual”, informou.

Durante a investigação, os policiais descobriram ainda grande movimentação financeira envolvendo os contratos. “A prova é a apreensão desses R$ 150 mil em espécie, que foram encontrados na casa de um dos secretários alvos da operação. A polícia trabalha com uma linha de investigação de que esse dinheiro é, ou seria aplicado, para distribuir a propina desses contratos fraudados“, destacou o delegado titular da Dercap, Davi Freire Rezende.

O trabalho de apuração continua com a análise do material apreendido. Ao final, os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude a licitação, associação criminosa e lavagem de capitais. “Temos que avançar mais um pouco para definir se há um conluio entre todos ali, se há uma escala de direção e uma organização propriamente dita para a prática desses crimes”, completou o titular da especializada.

Related Articles

Close