Economia
Pesquisa mostra que crescimento do trabalho informal aumenta déficit da Previdência
O número de pessoas desocupadas no Brasil caiu 0,3% no último trimestre, se comparado ao mesmo período do ano passado. Já o número de trabalhadores na informalidade bateu recorde, chegando a 24,4 milhões de brasileiros.
Os números são Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua, a PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto de Geografia e Estatística, o IBGE. O superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, afirma que os informais ou que atuam por conta própria, sem carteira assinada, contribuem para o rombo da Previdência no país.
“A pessoa está empregada, ocupada mas não tem nenhum benefício trabalhista, não contribui para a Previdência Social. Essa questão do déficit da Previdência acaba sendo intensificada por conta dessas pessoas que estão na informalidade”, analisa.
O índice de trabalhadores na informalidade no país subiu 1,2%, o que equivale a mais de 293 mil pessoas. Mas segundo o superintendente do IBGE, trabalhar sem carteira assinada nem sempre pode ser mais vantajoso. “O trabalhador informal aqui no estado de Goiás ganha, em média, 40% menos do que ganha o trabalhador formal. É um percentual muito alto”, avalia.
Ainda segundo Edson Vieira, quando o cenário é apenas Goiás, a situação é ainda mais preocupante. Só aqui no estado, de acordo com a pesquisa, são 3,3 milhões de pessoas ocupadas, contra aproximadamente 340 mil sem ocupação.
Ainda de acordo com a pesquisa, a concentração de renda no país, quando os lucros convergem para uma mesma empresa, também tendem a recrudescer a desigualdade no estado e no país. “Em Goiás nós tivemos uma redução da renda média do trabalho. Essa renda média do trabalho de 2018 é a mesma que tínhamos em 2012”, pontua.
O levantamento aponta um total de 12,5 milhões de desempregados. O déficit da Previdência também é uma preocupação. De acordo com o Ministério da Economia, as despesas totais para pagamento de aposentadoria de servidores públicos federais são 3,5 vezes maiores do que o que é arrecadado por eles pela União. No ano passado, o rombo da Previdência foi de mais de R$ 288 bilhões. Este ano, deve superar os R$ 300 bi.