Governo
Caiado promete nova rodada de reuniões com empresários e trabalhadores
Uma semana que promete muitas reuniões – virtuais e em videoconferências – entre o governador Ronaldo Caiado, empresários e representantes dos trabalhadores. Assim será preenchida, em grande parte, a agenda do chefe do Executivo a partir desta segunda-feira, dia 30. Os compromissos foram revelados pelo próprio gestor a uma emissora de rádio goiana. “Não vamos assumir vertentes populistas ou inconsequentes”, ressaltou Caiado, ao comentar sobre quais serão os critérios que vão subsidiar sua decisão de flexibilizar as medidas restritivas no Estado, que, por decreto, findam no próximo sábado, 4 de abril.
Para isso, o governador adiantou que conduz uma nova rodada de negociações, não somente com empresários, mas também com as associações e sindicatos dos trabalhadores. “Em qual País essa pandemia não deixou o rastro da crise econômica? Aqui não seria diferente, mas meu compromisso principal é o de salvar vidas. Depois, juntos, podemos recuperar as dificuldades que estão por vir”, sentenciou, ao lembrar que leva em conta, para cada passo dado nesta guerra, parâmetros técnicos e científicos advindos da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Atualmente, Goiás conta com 60 casos confirmados da Covid-19 e uma morte. Nove pessoas estão hospitalizadas no Hospital de Campanha (HCamp), montado dentro da estrutura do Hospital do Ipasgo, no Parque Acalanto. Caiado disse que tem conversado constantemente com médicos e cientistas europeus, norte-americanos e chineses para frear, ao máximo, a disseminação da doença em Goiás. “Infelizmente, quando tudo começou, o mundo não deu a real importância ao coronavírus, imaginando que ele fosse semelhante ao H1N1. Mas não, a capacidade de transmissão do novo vírus é surpreendente, os casos chegam a dobrar em poucos dias. Ele é capaz de deixar um País em colapso”, ressaltou.
Argumentos sólidos para tal afirmação não faltam: limitação de leitos das Unidades de Terapias Intensivas (UTIs); número de profissionais em Saúde abaixo do necessário (já que há um crescimento exponencial da Covid-19); e tempo de permanência do paciente na UTI, em média, de 20 dias – para efeito de comparação, um doente que tenha saído de uma cirurgia grave fica, no máximo, cinco dias sob os cuidados intensivos da equipe médica. Esse tripé foi facilmente derrubado pelo “inimigo” em todo o planeta. “Por isso, a importância de achatarmos essa curva de aumento do novo coronavírus. Precisamos ganhar tempo para prepararmos a estrutura física e as pessoas”, comentou Caiado, informando que Goiás está no Nível 1 da doença (de 0 a 100 casos confirmados – veja as outras fases no box).
Testes rápidos
Durante a entrevista, o governador também esclareceu porque a SES cancelou a compra de 300 mil kits de testes rápidos para detecção da Covid-19, anunciada recentemente e que custaria aos cofres públicos R$ 39 milhões. Ele esclareceu que dois fatores pesaram na balança: o fato de que o teste só pode ser aplicado em pessoas com sintomas – “portanto, há uma janela de 10 dias, entre o primeiro dia de contaminação e o início da produção de anticorpos, em que o resultado não é conclusivo” –, e também porque 30% dos casos apresentam um falso negativo. “Não dá para trabalhar com uma margem de erro grande como essa”, assinalou Caiado, que é médico ortopedista por formação.
Sobre as medidas para mitigar as crises econômica e social, o governador informou que passou o domingo, dia 29, ligando para donos de supermercados. A intenção, detalhou, é que o Estado compre desses estabelecimentos um grande volume de cestas básicas, que serão distribuídas aos mais carentes e aos trabalhadores informais. Ele ainda lembrou que a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) está à frente da Campanha de Combate à Propagação do Coronavírus, que está recebendo para depois direcionar doações às famílias socialmente mais vulneráveis no Estado; e que conseguiu a liberação de R$ 75 a mais no Bolsa Família, para cada filho que estiver na escola. Para os micros, pequenos e médios empresários, reiterou que haverá investimento de R$ 500 milhões por meio da GoiasFomento e que trabalha para que o Banco do Brasil, instituição financeira que opera o Fundo de Financiamento Constitucional do Centro-Oeste (FCO), retire a burocracia para liberar, de forma mais rápida, capital de giro para os empreendedores.