Cidades
MP-GO investiga destino do dinheiro arrecadado com a privatização da Celg D
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ampliou a investigação sobre eventuais prejuízos ao patrimônio público com a privatização da Celg Distribuição S.A. Nesta nova fase, a promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira investiga se procedem os relatos de que os recursos arrecadados com a venda da estatal não foram empregados na melhoria da infraestrutura do estado, como combinado.
A venda da Celg para a Enel foi concluída em 14 de fevereiro de 2017, por R$ 2,187 bilhões, e a mudança de nome ocorreu em março de 2018.
A assessoria de Marconi Perillo (PSDB), que era governador de Goiás na época da venda da empresa, afirma que “a integralidade dos recursos da privatização da Celg Distribuição foi investida em obras de infraestrutura social e econômica do Estado – rodoviárias e civis, construção de unidades de Saúde e investimentos na Celg Geração e Transmissão”.
Além disso, a assessoria do ex-governador diz que o valor arrecadado “foi rigorosamente aplicada em obras estratégicas para o desenvolvimento de Goiás, com total e absoluta transparência”.
A assessoria do ex-governador José Eliton (PSDB), que assumiu Goiás quando Perillo decidiu concorrer ao Senado, afirmou que “todos os recursos da privatização da Celg D foram aplicados em obras no estado antes do início da sua gestão”.
A portaria que amplia a investigação foi divulgada nesta segunda-feira (25). A promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira Leila determinou algumas diligências para a continuidade das investigações, incluindo a requisição de cópias do processo de desestatização da Celg-D, do processo do leilão promovido para sua venda e do contrato celebrado com a Enel.
O MP disse que também serão requisitadas à Secretaria Estadual de Economia informações sobre quanto Goiás efetivamente recebeu com a venda da Celg-D, bem como se foi feito levantamento para apurar o destino do montante. Em nota, a Secretaria da Economia informou que ainda não foi notificada sobre.
Quedas de energia
A qualidade do serviço oferecido pela Enel também é alvo de investigação, além de ser motivo de uma série de críticas dos consumidores, que denunciam quedas frequentes do serviço. Em nota, a empresa disse que ainda não foi notificada pelo Ministério Público, mas afirma que já apresentou “melhorias nos índices de qualidade fiscalizados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)”.
A Enel declarou ainda que “apresentou obras estruturais grandes e complexas para atendimento à demanda de energia”. “Serão construídas 13 novas subestações e outras 18 serão ampliadas até 2020, além da construção de cerca de 1,2 mil km de novas redes de média tensão e cerca de 80 km de linhas de alta tensão.”