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Novo chefe da PF no Rio prendeu Temer e ajudou a levar Cabral para a cadeia
o delegado Tácio Muzzi já atuou em investigações contra os chefões do jogo do bicho, a banda podre da polícia, políticos e empresários corruptos, mas um dos momentos mais difíceis da carreira aconteceu em 21 de março do ano passado, quando o ex-presidente Michel Temer (MDB) desembarcou na sede da corporação no Rio para cumprir a prisão ordenada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Sem disfarçar o constrangimento, Muzzi, que estava na chefia interina da unidade, procurou dar uma acolhida digna a um ex-chefe da nação sem abrir mão do dever de encarcerar um preso.
Mineiro, de gestos contidos e fala tranquila, ele acolheu Temer na sala do corregedor local. O ex-presidente ficou isolado em um espaço de 20 metros quadrados, com banheiro privativo e ar-condicionado. Cada providência naquele dia foi bem pensada, bem ao estilo do delegado, para não parecer regalia ou abuso de autoridade contra um preso VIP. Por gestos assim, Muzzi é visto com respeito na área de segurança pública fluminense, onde passou a maior parte da carreira.Um dos procuradores da República da força-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio garante que o delegado escolhido para assumir a superintendência da PF no Estado é um “excelente policial, muito técnico”. Doutor e mestre em Direito Empresarial pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Muzzi foi procurador do Banco Central do Brasil antes de iniciar a carreira na PF, em 2003. Entre as funções mais destacadas, chefiou a Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da superintendência fluminense e coordenou o Grupo de Trabalho da Lava-Jato no Rio. Também comandou operações especiais de repressão a corrupção, crimes financeiros, lavagem de dinheiro e criminalidade organizada