Cidades
Panificadora serve solidariedade a quem mais precisa durante quarentena do coronavírus
Em um momento difícil de pandemia e dificuldade financeira, uma rede de panificadoras da capital mostra que a solidariedade se faz presente até nos pequenos gestos. Pães fresquinhos são expostos todos na porta dos estabelecimentos. Quem quiser comprar, pode levar, e quem não puder pagar, também. Natália Alves, proprietária de uma das unidades, conta que a ideia é do esposo dela, e teve início bem antes da pandemia.
“Como a demanda aumentou muito por conta do corona, a gente colocou na porta da loja para as pessoas irem chegando, pegando. Às vezes passa alguém que está catando papel, as pessoas ficam sentidas. Enquanto estão pegando [os pães], a gente arruma um café, um copo de leite. Tem uns que já são até conhecidos. Agora, a ideia do pagar se puder, muita gente vem no outro dia pagar, fala que não tinha troco na caixinha, a bateria [da maquineta de cartão] tinha descarregado. É atender o bairro e fazer as pessoas se sentirem mais confiantes”, afirma.
Cada saquinho de pães já é pesado e vem com a etiqueta de preço. Em uma cadeira ao lado da mesa, fica uma caixinha para que as pessoas depositem a quantia que puderem e até uma maquineta de cartão de débito. “Aqui todo mundo conhece todo mundo, e as pessoas também dão um voto de confiança, porque nem tudo é dinheiro. Ainda tem gente honesta, de compromisso, preocupada com o comércio do bairro dele, com as pessoas do bairro, é muito maravilhoso”, exclama.
Segundo a proprietária da unidade da Panificadora Predileta do Setor Goiânia II, a ideia ajuda também quem sofre com a incerteza dos próximos meses, por conta do desemprego causado pela pandemia. “Diarista não está trabalhando, passadeira, tem muita gente precisando de ajuda. Muitos Ubers estão pegando aqui também, levando para lugares mais carentes. E a gente não quer parar. Com ou sem pandemia, a gente vai continuar assim”, argumenta.
A mãe da Natália, dona Dina, proprietária da unidade do Setor Balnerário Meia Ponte, diz que as ações que inspiram para um mundo melhor precisam partir de cada um, seja pela honestidade ou pela solidaridae, sem querer nada em troca. “Se a gente quer um mundo melhor, a gente tem que começar com a gente. E começar com essas pequenas ações. A nossa parte estamos fazendo. A gente tem que tentar, todos os dias, fazer o melhor”, conclui.
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