Tecnologia

Primeira Campus Party Goiás supera expectativas

Cinco dias de imersão total em tecnologia, em que jovens de todo o Estado e outras partes do Brasil trocaram ideias e conhecimento, “respirando” criatividade, desenvolvimento e inovação. Foram mais de 350 horas de atividades, 265 palestras e 108 workshops. A Campus Party Goiás terminou no domingo, dia 8, deixando a sensação de dever cumprido e um gostinho de quero mais.

A edição pioneira em Goiás ganhou um tamanho e uma proporção que superaram todas as expectativas iniciais, com a participação de 7 mil campuseiros, dos quais 2,5 mil acampados, e mais de 60 mil pessoas presentes na Open Campus, o espaço gratuito do evento.

O maior legado, no entanto, é o estímulo às futuras cabeças pensantes de Goiás para intensificarem estudos e pesquisas, na busca por produtos e soluções que melhorem a vida dos cidadãos e possam até revolucionar a forma como vivemos.

Em visita ao evento no sábado, dia 7, o governador Ronaldo Caiado ressaltou que a Campus Party Goiás já se tornou referência no calendário pelo clima diferenciado da edição. “Muito mais do que confraternizar, os jovens que aqui vieram estavam totalmente interessados nos conteúdos, empenhados em alavancar cada vez mais os seus projetos, buscando alternativas concretas para melhorar a vida do cidadão como um todo”, frisou.

Caiado destacou ainda o sentimento empreendedor do goiano. “Temos que dar essa oportunidade para esta juventude, que precisa estar atualizada com a área de tecnologia e inovação, criação de ‘startups’ e todos os avanços que temos hoje”. Em sua caminhada em meio a computadores, simuladores e protótipos, Ronaldo Caiado conversou e interagiu com jovens pesquisadores, e conheceu vários projetos em andamento.

Um jogo eletrônico voltado para a área de fisioterapia, baseado em realidade virtual, foi um dos que chamaram a atenção do governador, que não resistiu: colocou os óculos e mergulhou na simulação eletrônica, correspondendo aos movimentos que o game exige do usuário.

“Esse é um recurso que dará aos pacientes um estímulo a mais para fazer o tratamento. Eles se divertem enquanto fazem os exercícios”, explicou Raphael Rosa, do curso de Informática da Rede de Institutos Tecnológicos de Goiás (Itego) de Palmeiras de Goiás, que, junto com Franciney França, desenvolve o projeto.

O experimento exibido na Campus Party tem praticamente uma semana de vida e conta com a consultoria de uma fisioterapeuta. “O próprio fisioterapeuta escolhe o exercício. Poderá ser indicado principalmente a crianças, que se dispersam com mais facilidade durante as sessões de reabilitação. Inclusive as que têm necessidades especiais, com dificuldades motoras e de locomoção, e aquelas que passaram por procedimentos cirúrgicos”, previu.

Na Arena da CP Goiás, também ocorreram os “Hackathons” (palavra formada a partir da junção dos termos “hacker” e “maratona”), uma tradição já consolidada da Campus Party. São jornadas de conhecimento com o objetivo de desenvolver soluções tecnológicas para o bem da humanidade.

Nos cinco dias de evento, foram realizados dois desafios: Hackathon Desafio AgroStartup, em parceria com o Senar, que visava o desenvolvimento de soluções para promover a comercialização de produtos agropecuários; e o Hackathon Governo Transparente, em parceria com a gestão estadual, que propunha a criação de soluções para promover a transparência do Governo de Goiás.

Fagundes Jarbas, estudante de Ciências da Computação da UFG, participou de ambos. Em sua avaliação, a primeira vez da Campus Party em Goiânia superou todas as perspectivas. “Foi muito bacana, e o pessoal gostou muito no geral”, afirmou. Ao refletir sobre o papel da Campus Party, apontou a Educação como “única coisa que pode realmente mudar o País” e que o governo precisa acreditar na tecnologia, pois ela faz as pessoas se aproximarem.

“Isso aqui [Campus Party] vai passar, mas vai deixar muitos frutos. Muitos alunos de Ensino Médio passaram por aqui, e acredito que essa experiência fará com que eles tenham vontade de escolher um curso nessa área e tentar executar qualquer coisa que envolva tecnologia e ajude o próximo”, disse Fagundes.

O jovem ainda chamou a atenção de Caiado por tocar um berrante ao mesmo tempo em que manuseava seu laptop. Ele se divertiu ao mostrar o objeto para o governador. “Nem imaginei que ele estava aí. Tenho o berrante há um ano e meio, saiu de uma zoeira”, contou depois, aos risos.

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