Política
Bolsonaro põe filiação ao PL em xeque por causa de disputas nos estados
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) colocou em dúvida neste domingo (14) sua filiação ao PL em razão de divergências em composições estaduais para as eleições de 2022.
Dias após ter dito que sua ida ao PL estava 99,9% acertada, Bolsonaro anunciou que ela ainda dependerá de mais conversas com a sigla comandada há décadas pelo ex-deputado Valdemar da Costa Neto (SP).
Com isso, um evento de filiação que chegou a ser marcado para dia 22 foi adiado, conforme nota oficial divulgada pelo PL.
Valdemar confirmou, em nota, que a decisão de adiamento foi tomada em acordo com o presidente da República “após intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo”.
“O casamento tem que ser perfeito. Se não for 100%, que seja 99%. Se até lá nós afinarmos pode ser, mas eu acho difícil essa data, 22. Tenho conversado com ele [Valdemar], estamos de comum acordo que podemos atrasar um pouco esse casamento, para que ele não comece sendo muito igual aos outros”, afirmou Bolsonaro, que deu as declarações durante visita à Dubai Air Show, feira aérea no emirado do Golfo Pérsico.
Segundo Bolsonaro, a nota do PL divulgada neste domingo, adiando a data de filiação, foi combinada com ele.
Um dos grandes entraves para a filiação, de acordo com Bolsonaro, é a situação de São Paulo, onde o PL tem a intenção de apoiar a candidatura de Rodrigo Garcia (PSDB) ao governo.
Os bolsonaristas descartam essa hipótese, já que Garcia terá o apoio do atual governador, João Doria (PSDB), um dos principais adversários do presidente.
Bolsonaro pretende lançar para o governo o atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
“A gente não vai aceitar em São Paulo o PL apoiar alguém do PSDB. Não tenho candidato em São Paulo ainda, talvez o Tarcísio aceite esse desafio. Seria muito bom para São Paulo e para o Brasil, mas temos muita coisa a afinar ainda”, afirmou o presidente.
Ele também disse que há questões programáticas que precisam ser conversadas com o cacique do PL.