Cidades
2º Encontro de Folia de Reis resgata tradição popular do município
Uma das melhores formas de se demonstrar os valores de um povo está na dedicação à preservação de sua memória e de suas tradições. As culturas populares marcam a identidade brasileira no que ela tem de melhor. E como forma de demonstrar o compromisso da cidade com a preservação de sua história e sua religiosidade, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, por meio da secretaria executiva de Cultura, promoveu neste domingo, 28, o 2º Encontro de Folia de Reis do município. O encontro, que reuniu 18 grupos de foliões da cidade e 20 de outros municípios e estados, incluindo a Bahia, aconteceu na Paróquia São João Batista, no setor Colina Azul.
Segundo o secretário Executivo de Cultura e Turismo, Guido Marco Brem, a festa reuniu mais de duas mil pessoas. Ao todo, 38 grupos de folias participaram do evento. “A Folia tem seu espaço em Aparecida, pois, anualmente a festa reúne milhares de devotos e voluntários. Desta maneira, as tradições serão preservadas e continuaremos a interagir com as diversas manifestações que revelam a identidade cultural e religiosa do nosso povo”, destacou ele ressaltando que o encontro é realizado neste mês de abril para não atrapalhar as programações dos foliões em suas cidades, já que a Folia de Reis é conhecida por acontecer em janeiro.
O vice-prefeito Veter Martins, que também prestigiou a festa cultural, disso que o encontro, que já está na sua segunda edição, faz parte do calendário anual do município. “Aparecida é uma cidade muito religiosa e tradicional e nós, enquanto gestores da cidade, temos que preservar as raízes e a cultura popular. Não podemos deixar as tradições morrerem. A Folia de Reis é vivida, geralmente, por pessoas mais idosas e temos que incentivar as crianças e os jovens a manter viva essa tradição”, explicou.
O pároco da Paróquia São João Batista, padre Vitor Simão, que presidiu a Missa Campal do Encontro de Folia de Reis, explica que as folias fazem parte do folclore, da cultura popular brasileira, mas que a real origem é religiosa. “As Folias carregam nos ritos, versos e cantigas a piedade e a fé. Muitos contemplam saberes e conhecimentos desenvolvidos pelo próprio povo, no seu modo evangelizar. Sua essência é a espiritualidade simples levada de casa em casa com sua bandeira à frente. A exemplo da peregrinação dos três reis magos, Gaspar, Melchior e Baltazar, prestando culto a Trindade Santa e rogando para cada família as bênçãos dos céus”, salientou.
Origem
A Folia de Reis é uma festa religiosa de origem portuguesa. No Brasil, a festa expressa a devoção dos homens através de seus personagens, cânticos, roupas e costumes, dando graças ao Senhor Deus, e rogando proteção para as intempéries da vida. A festa é realizada com o intuito de relembrar a atitude dos Três Reis Magos que partiram em uma jornada à procura do esconderijo do Prometido Messias – O Menino Jesus Cristo – para prestar-lhe homenagens e dar-lhe presentes. Apesar de ser uma expressão da religiosidade, a folia é considerada como de atuação espontânea, desvinculada das regras oficiais da Igreja Católica. Uma das principais características é a diversidade, cada cidade tem costumes e tradições diferentes, de acordo com as peculiaridades da região.
O folião Claudivino Divino dos Reis é do grupo de Folia de Reis da Fazenda Boa Vista de Anicuns, interior do Estado. Ele, que participa do encontro pela segunda vez, conta que nasceu dentro da folia e que quer levar essa tradição para todos os lugares. “A nossa folia aqui tem mais de 80 anos e praticamente nascemos dentro dela e desde menino acompanhamos o grupo pelas fazendas de nossa cidade e também em encontros como este que ajudam a reviver a tradição. E é muito bom fazer parte de tudo isso. Mesmo cansado, pois estivemos em Goiânia ontem a noite, estamos aqui nos apresentando e mostrando a nossa religiosidade”, disse.