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Viúva diz que mãe de aluno suspeito de matar coordenador a procurou para se desculpar: ‘Eu perdoo ele’

“Não tenho raiva dele. Eu perdoo o que ele fez”, afirmou Daiane Alves do Carmo, viúva do professor Júlio César Barroso de Souza, assassinado no dia 30 de abril por um aluno na Escola Estadual Céu Azul, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.

Segundo Daiane, a mãe do adolescente, de 17 anos, que foi apreendido no dia 1º de maio suspeito do assassinato, entrou em contato para pedir perdão pelo ato praticado pelo filho.

“Não culpo a família dele pelo que ele fez. A mãe dele me pediu perdão, pediu perdão para a nossa família, mas ela não tem culpa. A gente não cria filho para virar bandido”, disse.

“Não tenho raiva dele. Eu perdoo o que ele fez. Espero que a justiça de Deus seja feita, que é a única que pode confortar a gente. Espero que ele se arrependa do que fez para que não tire a vida de mais ninguém”, afirmou.

Ainda segundo Daiane, ela se conforta na justiça divina, pois não tem esperanças no Judiciário brasileiro.

“Só espero pela justiça de Deus, porque sei que a nossa lei não vai fazer com que ele pague. A lei do Brasil é muito ruim. Considera ele como uma criança, mas acho que uma criança não consegue matar uma pessoa. Uma cadeia não vai trazer meu marido de volta.

Para Daiane Alves do Carmo e os filhos, os últimos dias têm sido ‘muito difíceis’, segundo ela.

“É uma coisa que ninguém esperava. Ele era um bom pai, um bom esposo. O que mais me dói é quando meus filhos perguntam onde está o pai, porque eles são muito pequenos, não entendem o que é um assassinato”, disse.

De acordo com a técnica em enfermagem, os filhos Arthur, de 6 anos, e Heloísa, de 3, já sentem a falta do pai no dia a dia.

“No dia do velório, o meu filho me perguntou ‘Mamãe, agora vai ser só nós três, né? O papai não volta mais?’ e eu disse ‘Não filho, ele não volta. O papai virou uma estrelinha e vai estar sempre olhando por nós’”, contou, emocionada.

A viúva também comentou que se preocupa com o futuro dos filhos, pois a renda do marido ajudava a pagar as contas, inclusive a escola particular na qual as duas crianças estudam atualmente.

“Não sei como vai ser daqui para frente. Tenho que voltar a trabalhar para sustentar meus filhos. Eles estudam em uma escola particular. Além disso, temos o financiamento da casa para pagar, um carro, muitas dívidas para pagar. Esse mês eu sei que vou conseguir pagar a mensalidade do colégio dos meus filhos porque o salário do meu marido ainda vai entrar. Mas depois disso não sei o que vou fazer”, disse.

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