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Presidente do Focotran defende conscientização e critica remoção de radares móveis: “Liberou geral”

Na última semana, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou ofício determinando o cumprimento imediato da suspensão da fiscalização por radares móveis nas estradas federais. A medida atende ordem do presidente Jair Bolsonaro, e que foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), e já passa a valer a partir desta segunda-feira (18). O presidente do Fórum Nacional dos Conselhos de Trânsito (Focotran), Horácio Melo, avalia com preocupação a remoção total dos equipamentos

“Como técnico tenho que dizer que a forma colocada é um equívoco e um risco. Claro que ninguém quer ter muitas multas, o excesso de multas cria descrédito na sociedade, e isso gera um distanciamento da sociedade da lei. Nós só vamos resolver o problema do trânsito com a conscientização de cada um, com cada um assumindo o seu papel”, afirma. “As pessoas têm que aderir às normas por decisão, não é por medo de multa”, analisa.

Para o presidente Horácio Melo, a medida acaba beneficiando infratores, e pode aumentar a gravidade dos acidentes. “No mundo inteiro é engenharia, educação e fiscalização. Os três têm que andar em harmonia. As pessoas só cometem infrações quando elas perdem a sensação de impunidade. Ninguém vai cometer uma infração sabendo que vai ser punido. Quando se anuncia a retirada de radares, a leitura que o infrator faz é clara: ‘Liberou geral. Posso correr, posso ter excesso de velocidade agora’. E o excesso de velocidade é um risco grande, estatisticamente calculado que não só provoca mais acidentes, como aumenta muito a severidade dos acidentes. É só imaginar o que é uma batida a 30 km/h e outra a 150 km/h”, argumenta.

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