Política

“Bolsonaro faz o pior da velha política na relação com PSL”, diz professor de ciência política

O cientista político, Pedro Célio,  nesta segunda-feira (21), analisou a crise no PSL no episódio com o presidente Jair Bolsonaro. Para ele, é um episódio sem conteúdo do ponto de vista político e estratégico, o partido fica dividido praticamente ao meio. “Então quando entrar em assuntos mais relevantes, esse pessoal não tem condição de debater e discutir isso, veja, todo o nível de argumentação que eles estabelecem o próprio controle da legenda pelo próprio controle da legenda e nada mais”.

Para o cientista político, o governo de Bolsonaro está repetindo tudo da velha política. “Eles repetem tudo da velha política, ou, pelo menos, o pior da velha política”, disse. “Nós já falamos aqui do familismo, da falta de discurso, da ausência de projeto, do Poder pelo Poder, isso é o pior da chamada velha política e é o que eles repetem agora”, completou.

Questionado se o presidente Jair Bolsonaro está sendo estratégico ou fazendo um improviso, o cientista político pontuou que, antes de completar um ano de governo, já houve crises internas criadas desnecessariamente e isso mostra que não há uma estratégia delineada. Segundo ele, a “irracionalidade” predomina em muitos dos atos do presidente. “Muitos pronunciamentos e iniciativas, que a princípio seriam completamente desnecessárias, uma verdadeira sucessão de tiros no próprio pé”, analisou.

Pedro Célio avaliou que o componente familiar no governo de Jair Bolsonaro, é muito forte e às vezes sobrepõe outros esquemas e outras estruturas do Poder que não contribuem para o fortalecimento do chamado ‘Bolsonarismo’. “Veja bem, na medida em que Bolsonaro tenta fortalecer esse lado familiar, ele enfraquece outros lados, que estavam para ele de maneira muito tranquila e segura, e isso não faz sentido”, disse. “Esse lado familiar para mim é um lado a mais de que o Bolsonaro traz componente daquilo que ele muito renega, que é a chamada política tradicional e no conjunto todo, acho que predomina, que Bolsonaro não tem um projeto do Poder”, completou.

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