Segurança

Apuração sobre venda de diploma em Goiás começou após pai denunciar que filho recebeu certificado sem estudar, diz polícia

A Polícia Civil começou a investigar o esquema de venda de diploma de ensino superior, em Goiás, depois que um homem denunciou o fato do filho ter feito o curso e recebido o certificado de conclusão sem frequentar as aulas.

Durante a operação, batizada de Darcy Ribeiro e deflagrada nesta terça-feira (3), a corporação cumpriu 19 mandados de busca e apreensão, além de apreender R$ 440 mil em dinheiro.

De acordo com o delegado Glaydson Carvalho, além da denúncia do pai de um aluno, houve, paralelamente, outra de um sindicato ligado às entidades de ensino superior.

“Foram duas denúncias concomitantes. Uma do Sindicato das Mantenedoras das Instituições de Ensino Superior de Goiás [Semseg], que originou a abertura de uma CPI na Assembleia. E outro do pai de um aluno que esteve pessoalmente aqui na delegacia denunciando que o filho dele efetuou uma matrícula, não frequentou o curso e recebeu a certificação”, explica.

As ordens judiciais foram cumpridas em oito instituições de ensino superior de Goiânia e no interior, além das casas dos donos destes estabelecimentos. Não houve prisões.

Carvalho explicou que a situação ocorria no curso sequencial de gerenciamento de gestão e segurança pública. Segundo ele, o curso tem três meses de duração e seu certificado de conclusão era aceito em alguns concursos públicos da área em nível superior.

Havia, de acordo com o delegado, duas irregularidades no esquema. A primeira era o fato das faculdades terceirizarem o curso, sendo as aulas realizadas por outras unidades, o que é proibido. O outro problema era a venda dos diplomas.

“Alunos estariam se matriculando, pagando mensalidades, nem sequer frequentando o curso e recebendo o certificado de conclusão de curso superior”, explica.

Os valores, incluindo as mensalidades e o diploma, variava entre R$ 1,2 mil e R$ 5 mil, dependendo do local onde era feito o curso. O diploma, explica o delegado, não era falso, mas era cedido a quem não o fazia jus recebê-lo.

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