Segurança

Ação integrada das forças de segurança zera ocorrências de “Novo Cangaço” em Goiás

Um crime violento, meticulosamente planejado, que “sequestra” cidades do interior e espalha terror entre os moradores, além de causar prejuízos milionários. Conhecido como “Novo Cangaço”, o delito desapareceu do mapa goiano em 2019.

Em sua maioria, o “Novo Cangaço” acontecia em pequenas cidades, durante a noite ou de madrugada. Os alvos eram instituições financeiras. Fortemente armados, os bandidos rendiam comerciantes ou pessoas que estão nas ruas, para chamar a atenção e, ao mesmo tempo, criar um sentimento de pânico. O uso da violência era comum, com tiros para o alto ou contra edificações, e agressões físicas a moradores. Em poucos minutos, a quadrilha explodia caixas eletrônicos, roubava o dinheiro e fugia.

A partir do cruzamento de informações, as forças de segurança de Goiás reduziram a zero o número de ocorrências em oito meses. Bem diferente do que vinha ocorrendo nos últimos anos: de 2016 a 2018, foram registrados 22 crimes do“Novo Cangaço”.

O fim desse modus operandi é fruto de uma ação integrada entre a Polícia Militar, por meio da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), e a Polícia Civil, via Grupo Antirroubo a Banco (GAB), ligado à Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic).

“Não é que os bandidos desistiram de assaltar, mas é que agora a polícia está mais preparada para monitorar as quadrilhas, evitando que os crimes aconteçam”, explica o comandante da Rotam, tenente-coronel Benito Franco, sobre os resultados positivos deste ano.

O trabalho de cooperação entre as forças policiais utiliza o ponto forte de cada instituição em função de um objetivo comum: a identificação e localização desses criminosos. Segundo o tenente-coronel Benito Franco, informações diversas que chegam à Rotam são imediatamente repassadas ao GAB, que, por sua vez, começa de imediato a investigação. “O trabalho é integrado desde o surgimento de qualquer pista que seja até a prisão dos indivíduos.”

Titular da Deic, a delegada Mayana Rezende argumenta que essa ação integrada é a responsável pela redução drástica de ocorrências de “Novo Cangaço” em Goiás. “A parceria entre as polícias permitiu um trabalho mais rápido, evitando que os crimes que estavam em fase de planejamento viessem a ser consumados”, afirma. Além disso, ela explica que já foi possível identificar diversos mandantes. “A maioria [das ocorrências] é orquestrada por pessoas que têm passagens criminais, que estão cumprindo pena ou gozando de progressão de regime.”

Somente este ano, já foram realizadas 13 operações para desarticular quadrilhas especializadas nas cidades de Anápolis, Bela Vista, Carmo do Rio Verde, Itaberaí, Goiânia, Goianira, Luziânia, Minaçu, Pires do Rio, Vianópolis e até Uberlândia, no interior de Minas Gerais. Em geral, trata-se de grupos que estavam prestes a colocar o crime em prática, ou de flagrantes a partir da ação policial conjunta – uma determinação do governador Ronaldo Caiado para coibir o crime em Goiás.

Tais operações da Rotam, que em sua maioria tiveram atuação conjunta com o GAB, resultaram na prisão de 34 pessoas. A maioria dos detidos é de Goiás, mas há suspeitos de outros estados, como São Paulo, Tocantins, Pará e Minas Gerais. Somente nos sete primeiros meses do ano, também foram apreendidas 25 armas de grosso calibre e mais de 240 quilos de drogas e explosivos, utilizados para abrir cofres ou caixas eletrônicos.

“Devolver a paz aos goianos, assegurar aos homens e mulheres de bem o direito de circular livremente nas ruas do nosso Estado foi compromisso meu de campanha, que estamos transformando em realidade. Quando eu assumi o governo, Goiás tinha se tornado quase que uma Disneylândia dos bandidos. Goiás está voltando a ser um território da lei. Eu sempre falo que agora Goiás tem comando, tem governo, tem polícias com total respaldo para combater o crime, seja quem for o criminoso. Ou o bandido muda de profissão, ou vai ter que mudar de Estado”, analisa o governador Ronaldo Caiado.

O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, explica que os resultados expressivos de redução de todos os crimes violentos, as apreensões recordes de drogas e o desbaratamento de quadrilhas nacionais e internacionais se devem à integração não apenas das forças de segurança de Goiás, mas à articulação com instituições nacionais de combate o crime, como a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal, a Força Aérea Nacional, dentre outras: “O crime organizado não respeita divisas nem fronteiras, por isso, a integração das forças de segurança precisa acontecer no nível estadual, mas também no nível nacional, e entre os Poderes. Esse é um trabalho que precisa de Inteligência e de muitas mãos para ser efetivo”.

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