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Cientista político diz que Bolsonaro lucrou com o episódio de Sérgio Moro

ministro da Justiça Sérgio Moro foi sabatinado nesta quarta-feira (19), pelos senadores sobre os vazamentos de diálogos dele com o promotor-chefe da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. falou com o cientista político Robert Bonifácio sobre as consequências para o ex-juiz, ele entende que os diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil “mancha”, mas não muito a imagem construída pelo juiz e aponta dois pontos do episódio.

“Eu acho que o vazamento das conversas de Telegram pelo Intercept mostra duas coisas que são fatos, um comportamento antiético do então juiz Sérgio Moro, conversando com as partes e tendo viés pela acusação; dois a perseguição ao partido político, que é o partido dos trabalhadores, então isso é fato” afirmou. “Agora a magnitude disso, eu acho que pouca perante a opinião pública, porque primeiro, não tem corrupção, não tem algo que choque a sociedade, não sei até que ponto a população se incomoda com isso, por que acaba tendo a visão de que, ministro Sérgio Moro foi antiético, mas ele agiu para combater o crime, ele agiu para colocar criminosos na cadeia”.

Para o cientista, o ministro se saiu bem no interrogatório. “Soube construir bem a narrativa de trazer a questão para o ato criminoso” afirmou. Outros pontos que o cientista avaliou do discurso de Moro, foi que manteve a imagem da Lava- jato de imparcialidade, “de que a lei vale para todos”. “Então acho que ele agiu bem e teve uma boa atuação do Senado” avaliou.

Robert entende que o presidente Jair Bolsonaro foi quem mais lucrou com o episódio. Segundo ele, a popularidade de Sérgio Moro é muito maior que a do presidente da República e que os vazamentos irão dificultar uma possível articulação política do ministro.

“Seguindo o sentido que a sombra do Moro diminui, claramente, essa questão da Lava-jato dentre seus acertos e erros, está bem delineado uma ambição política do ministro Sérgio Moro e das pessoas ligadas a lava jato como o Deltan Dallagnol” afirmou. “A grande popularidade do Moro, que é mais popular presidente da República, dá um pouco de tranquilidade para o Bolsonaro no seguinte sentido, ‘bem eu tenho o ministro que é muito importante para mim, que confere legitimidade ao meu governo, mas que deixa de ser uma sombra para minha sucessão’, que afasta possibilidade, pelo menos momentaneamente, do ministro Moro trabalhar internamente para favorecer o seu nome e para desmoronar o nome do Bolsonaro ou qualquer que seja o nome de uma outra pessoa para suceder em 2022” completou.

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